Nesta segunda-feira, dia 19 de novembro, o Conselho Estadual de Cultura apresentou a exposição “Maçambique: Uma trajetória de fé e cultura negra”. A exposição conta a história desta manifestação cultural ancestral chamada Maçambique. Ela enaltece a cultura negra trazida da África pelos escravizados. A intenção é preservar as suas origens em ambientes diferentes dos quais eles vieram.
Entre os presentes estava Francisca Dias, a Rainha Ginga, maior símbolo desta manifestação cultural. Em seu discurso, ela ressaltou a importância do espaço que o Conselho Estadual de Cultura concedeu ao grupo e que essa visibilidade faz muito bem para a existência e para a auto-estima do grupo. Também estiveram presentes o Rei Ginga, o antropólogo Iosvaldyr Bittencourt, que também faz parte do Grupo Maçambique, e muitos membros da comunidade cultural negra do Estado.
'Maçambique: Uma trajetória de fé e cultura negra' inclui adereços, fotografias, roupas tradicionais e documentos que contam o legado continuado que essa manifestação popular e espontânea continua a preservar no estado do Rio Grande do Sul. Ela vai ficar exposta na sede do Conselho (Rua dos Andradas, 1234 - sala 1009 - Centro Histórico).
Segundo a conselheira Adriana Xaplin, Maçambique é uma manifestação sócio-cultural e religiosa cultuada pelos negros e negras, com o intuito de preservar suas origens em ambientes diferentes do qual viviam na África, quando aqui chegaram. É uma manifestação popular autêntica e espontânea. Sua origem vem de um antigo reino em Angola do século XVII, em que uma mulher de nome Nginga Nbandi (Ginga), que subiu ao trono, lutou e faleceu na guerra em defesa de seu reino. A lembrança de sua existência venceu séculos, enfrentou mares e ainda hoje no Rio Grande do Sul, mais exatamente em Osório, os fatos que eram história, viraram cultura popular, trazida pelos escravizados. Toda a sua história está traduzida nesta exposição especial para a história do conselho.
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