11/2/2019

Nelson Nadotti parabeniza "Palco da nossa história" livro que reconta os 50 anos do Conselho Estadual de Cultura do RS

Carta do cineasta e jornalista Nelson Nadotti para a ex-Conselheira Erika , parabenizando a ela e ao Conselho pelo livro que conta a história da instituição:

Erika,

acabei de ler o "Palco da nossa história". Espetacular. O capítulo "Um ano revolucionário" me fez viajar no tempo. Não lembrava, mas foi no Ritz que assisti ao filme do Roberto Carlos. A foto incluída em seu texto reavivou a memória. E vi ainda "Juventude e Ternura" no Victória. Coisa de louco. Parece ficção científica, o efeito que dá no leitor. Falo deste detalhe tão particular, mas por aí você percebe o impacto, muito além do macrocosmo.

E o fim do livro com aquela "Linha do tempo" é acachapante. Me chamem de provinciano, mas quanta gente boa está listada. O texto faz justiça aos grandes e também àqueles que tiveram atividade fugaz, porém marcante, como muitos roqueiros. Atesta igualmente o alto nível do teatro que se fazia. E as artes plásticas - sim, conheci o trabalho de vários pintores mencionados ali.

Bons tempos, os anos 70 e 80. Reparei anda na quantidade de vezes que se fala em super-8. Realmente, houve até um festival para filmes que falassem da cidade, e eu nem sabia de que se tratava na época o tal do super-8, mas cheguei a ver algumas destas produções muito tempo depois.

Tudo isso evidencia a importância e necessidade de um órgão como o Conselho Estadual de Cultura. Incentivar a produção cultural não é luxo nem secundário, basta ver o que se faz na França, Alemanha, Inglaterra, Itália, Espanha. É uma afirmação de vida, da maneira de se enxergar o mundo e compartilhar a experiência. Um país que não aposta na cultura sempre será miserável. Com certeza, nem todas as unidades da federação deram ou dão a importância devida, nem agiram com empenho como aconteceu aí no Rio Grande. Mais um motivo de orgulho para nós.

Obrigado pelo seu trabalho no Conselho, dando força a tanta gente. E parabéns pelo livro, é uma joia que coloco agora com prazer em minha estante.

Abraços, escreve quando puder,

Nelson