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24/3/2011
ABRE-SE O PANO - WALTER GALVANI

Walter Galvani

Quando surgiu o Cinema, no dia 25 de dezembro de 1895, no salão de um café no Boulevard de Capucines em Paris, depois do espanto inicial, surgiu um vaticínio apressado, que nunca se concretizou: “acabou o teatro”. Não acabou. O cinema foi batizado de Sétima Arte, mas não matou nada nem ninguém, assim como a televisão, que surgiu nos anos trinta na Europa, não terminou com o Teatro, nem com o Rádio, nem com o Cinema. Sempre tem lugar para mais um. O curioso é que o Teatro, justamente o Teatro, que escapou de todos estes impactos e está mais firme do que nunca, é a mais antiga das manifestações artísticas. Mais que a dança, mais do que a música, mais do que qualquer outra manifestação. A Grécia antiga e Roma, qualquer civilização, do Egito à Finlândia, da Assíria à Prússia, todos cultuaram o Teatro à sua maneira e época e, no entanto, somente em 1961, que o Instituto Internacional do Teatro, um órgão ligado à Unesco, conseguiu propor e alcançar êxito, na proposta de assinalar o dia 27 de Março, como o Dia Internacional do Teatro para assinalar a inauguração do Teatro das Nações em Paris.
Em todos os palcos do mundo, hoje, quando abrir-se a cortina, se lerá um manifesto a favor desta antiga e histórica manifestação artística, sempre perseguida em primeiro lugar pelos ditadores de plantão, porque não existe nada mais forte do que a palavra, declamada por um ator ou atriz, diante de uma platéia motivada e interessada no que se representa como a própria vida, ali diante dos seus olhos.
Ou como escreveu Shakespeare, um dos maiores ou o maior autor teatral de todos os tempos, “quando fecho os olhos te vejo, quando anoitece, sei que o sol virá de novo na próxima manhã”. Ou como disse Garcia Lorca, “povo que não apóia o seu teatro, ou está moribundo ou já morreu...”
Quando nasceu? Quinhentos anos antes de Cristo, com o culto de Dionísio na velha Atenas ou junto à uma fogueira na era mais primitiva que se tem notícia?
E por quantos desfiladeiros estreitos já passou, perseguido pelas ditaduras que, em vão tem tentado destruir a inteligência e a cultura, revogar a História e escravizar as populações?



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