MILA CAUDURO
Conheci Mila Cauduro quando cheguei ao jornalismo e fui à ela apresentado pela colega Mathilde Zattar, dos velhos tempos da “Folha da Tarde”.
Ela era casada com um raro tipo de “gentleman”, um gigante carinhoso, o ministro Raul Cauduro e com aquele casal exemplar, aprendi uma série de atitudes e a pautar o meu desempenho na área da sociedade.
Dona Mila, como todos a chamavam, mostrou que não era apenas a companheira de um homem inteligente e importante e desenvolveu carreira com luz própria, como escritora, como integrante da Academia Rio-Grandense de Letras, como professora e, mais adiante, como Secretária da Cultura.
Mila tornou-se politicamente uma lutadora, ajudando a fundar partidos e a levar adiante os projetos que incluíam os seus amigos e amigas, mas, sobretudo, com sua personalidade consolidada pelo seu pensamento elevado e cativante.
Nessa longa convivência aprendí a respeitá-la e admirá-la e só fiquei triste ap saber que um mal incurável lhe havia afetado o cérebro privilegiado e não mais contaríamos com o seu brilho e sua participação.
Ontem, domingo, 17 de abril, ela deixou a vida, aos 95 anos, depois de uma longa carreira marcada pelo apoio aos amigos e pela compreensão, que a ajudou a atravessar os períodos mais duros de repressão neste país onde se costuma alternar ditaduras com experiências democráticas, perseguição com reconhecimento.
Adeus, Mila, recebe o abraço e o tardio agradecimento pela sua doce camaradagem e apoio permanente.
Walter Galvani
Em 17/04/2011
O Conselho registra seu pesar na sessão plenária de 18/04/2011.
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