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25/4/2012
A UNIÃO PARA FAZER FORÇA - WALTER GALVANI

Já rolou bastante tinta, papel, tempo de rádio e televisão, sobre o assunto que só ganhou notoriedade porque envolveu um personagem do chamado “show business” (uso este americanismo em voga por falta de expressão melhor em nossa língua), o cantor Gabriel, o Pensador.
Diga-se de passagem que ele se auto-intitula “o Pensador”, mas até que tem razão porque costuma dizer coisas coerentes em seus pronunciamentos e que aparentemente foram “pensados” antes, ao contrário do muitos “intérpretes” de música popular, que parecem repetir à exaustão, refrãos sem sentido e ou comerciais. Ah se eu te pego, Gabriel, o Pensador e te boto a orientar as crianças a ler, e também os adolescentes e, sim, muitos adultos! Aí sim!
Mas, enquanto isso não acontece a polêmica que se acendeu porque ele receberia 170 mil reais por uma ida à Feira do Livro de Bento Gonçalves, foi muito útil porque na discussão veio à tona a miserabilidade dos cachês normalmente pagos ao pessoal da literatura e a insuficiência de meios com que as feiras do livro se defrontam.
Por trás da feira de Bento, no entanto, estava além de tudo uma instituição poderosa, a própria municipalidade e um prefeito disposto a chamar a atenção para sua cidade e sua promoção, talvez por de fato acreditar nelas.
Mexeu até com o Tribunal de Contas que não sabe o que se paga a um patrono ou um conferencista e é natural que assim o seja. O que o TCE tem que fazer mesmo é desconfiar de tudo até prova em contrário, ainda mais num país como o nosso onde o dinheiro rola em cachoeiras e a gente não tem muita certeza da honestidade da vizinha que sobe no mesmo elevador perfumada e vestida à moda de Paris ou o dono da banca da esquina que sempre nos pergunta se não vai uma “fezinha” no “bicho” proibido.
Nossos cachês são pequenos sim, mas os grandes astros da literatura não costumam se queixar. O incensado Moacyr Scliar sempre me dizia que, nos valores atuais, a gente deve começar pedindo 1.500,00 que não ofende ninguém e deixa uma palestra em nível de dignidade ao lado de médicos e agentes de “marketing” (ah, outro estrangeirismo!) sem envergonhar ninguém.
Fora disso, só Mario Vargas Llosa, Gabriel Garcia Márquez ou figuraços internacionais trazidos até nós pelo fantástico “Fronteiras do Pensamento”. Falou português, o cachê desce de nível e se for “brasileirês”, será menor ainda...
Estou de acordo com os que pregam que está na hora da união e, nesse sentido, até a elaboração de uma tabela sería uma boa solução.
O velho dito popular, “a união faz a força”, vale nesta oportunidade como em tudo, porque até as “gangues” (outro americanismo, este digno de sua origem) sabem o acerto deste provérbio. Vamos ver até que ponto as entidades de classe se movimentam ou podem se movimentar. E o que podem conquistar. No mais, é mudando um pouco o provérbio, mas confirmando sua expressividade, a “união para fazer força” é o jeito.



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