Conselho Estadual de Cultura

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18/4/2013
Uma Biblioteca Estadual à Altura do Rio Grande?

Armindo Trevisan.

Houve um personagem da Antiguidade, do século IV a.C., Eróstrato, que teve uma curiosa - e a “compreensível” ideia - dentro dos padrões atuais de busca ansiosa de fama e iconicidade: tornar-se famoso graças a um incêndio. Eróstrato não foi mesquinho consigo mesmo: incendiou, nada mais, nada menos, que o Templo de Diana, em Éfeso.
Alguns autores sustentam que Eróstrato não incendiou o Templo de Diana, mas a mais famosa biblioteca do seu tempo, a Biblioteca de Alexandria, no Egito.
Pelo seu crime, foi condenado à morte na fogueira.
O caso, simetricamente oposto ao de Eróstrato, foi protagonizado pelo Presidente François Miterrand, da França, que também desejou imortalizar-se, promovendo a construção de uma das bibliotecas mais famosas do mundo, a Nova Biblioteca de Paris.
Como porto-alegrense “honorário”, fico a pensar num Governador de Estado, ou num Prefeito da Capital, que se disponham a resolver o problema de uma Biblioteca Estadual digna do Rio Grande do Sul.
A Biblioteca Estadual atual já cumpriu suas funções. Teve insignes Diretores no passado, entre os quais Augusto Meyer e Reynaldo Moura. Cresceu até onde lhe foi possível crescer. Infelizmente, o Estado e a Cidade cresceram mais do que ela.
Por que não transformar a (ex) Biblioteca Estadual em “Biblioteca da Cultura Gaúcha”, reunindo no velho e venerável edifício o acervo historiográfico, sociológico, literário, folclórico, etc. da gauchidade?
O Estado está necessitando uma Nova Biblioteca. Diria mais: o Estado está exigindo uma Nova Biblioteca.
Uma biblioteca à Miterrand, não uma biblioteca galponeira. Uma biblioteca à altura de Erico Veríssimo, Dyonélio Machado, Vianna Moog, Mario Quintana, e outras grandes expressões de nossa cultura.
Uma Biblioteca, literalmente, contemporânea.
Imagino uma Biblioteca Estadual, cuja sede seja uma espécie de torre, em cujo último andar se instale uma restaurante panorâmico, circular, móvel. No andar imediatamente inferior, poder-se-ia instalar um café moderníssimo, não só dotado de todos os confortos da civilização, mas também de todas as espécies de café existentes no planeta.
O edifício poderia sediar, no térreo, a recepção, os serviços gerais, e um Auditório, que servisse para encontros literários, audições de música clássica, principalmente música de câmera. Nos outros andares, salas para oficinas literárias, cursos, enfim tudo que possa agilizar nossos neurônios. Nos outros andares, colocaríamos os livros, nossos anfitriões.
O edifício, em forma de torre, ou como o possam planejar nossos melhores e mais talentosos arquitetos – às vezes êmulos do projetista, Álvaro Siza, sem dúvida genial, do Museu Iberê Camargo – seria construído no coração do Parque Farroupilha – ou noutro local da Capital - e teria, no seu estacionamento subterrâneo, possibilidade de acolher milhares de veículos, de modo que os visitantes de nossa futura Biblioteca pudessem vir a ele, despreocupados.
Senhores gaúchos: não é um sonho maravilhoso?



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